Mão de obra qualificada em TI: como lidar com déficit no Brasil?

Mão de obra qualificada em TI: como lidar com déficit no Brasil?

Déficit de mão de obra qualificada em TI ameaça escalada de vendas e transformação digital; confira alternativas para empresas lidarem com o problema.

 

O Brasil é o nono país onde mais falta mão de obra qualificada. Um levantamento do ManpowerGroup aponta que a escassez de profissionais específicos chegou a 81% no país em 2022, enquanto a média global é de 75%.

 

O estudo conversou com 40 mil empregadores de 40 países e 80% disseram ter dificuldades de encontrar talentos para as vagas abertas. 

 

Os segmentos mais afetados são da tecnologia da informação e dados (40%), atendimento ao cliente e Front Office (32%), logística e operações (23%), marketing e vendas (21%). Na pesquisa os entrevistados poderiam marcar mais de uma opção, portanto os percentuais somam mais de 100%.

 

A dificuldade em encontrar mão de obra qualificada é tão grande que especialistas alertam que o país pode enfrentar um apagão tecnológico se seguirmos no mesmo ritmo. De 2020 para 2021, a oferta de vagas em TI cresceu 183% – uma quantidade que o mercado está longe de suprir.  

 

Para se ter uma ideia, a cada ano o Brasil forma apenas 53 mil profissionais em áreas correlatas à tecnologia, enquanto a demanda chega a 159 mil. Os dados são de um relatório da Brasscom. 

 

O estudo também confirma o que os empresários sentem há um bom tempo. Encontrar mão de obra qualificada sempre foi um desafio no país, mas a pandemia acelerou o problema no setor da TI

 

Seja pela necessidade de introduzir novas máquinas e tecnologias, adesão à LGPD ou alta demanda dos consumidores houve uma aceleração de contratações no ramo nos últimos dois anos.

 

Como resultado, vemos a competitividade de contratações alcançar níveis globais. A possibilidade de trabalho remoto somada à moeda brasileira enfraquecida tem tornado o Brasil um verdadeiro oásis para países como Inglaterra, Portugal e Canadá encontrem talentos. 

 

Tantas possibilidades de ascensão profissional mexem com o mercado como um todo. Um estudo do Gartner também apontou fatores interessantes sobre a escassez de mão de obra qualificada de TI

 

Realizado em todo o mundo, o levantamento aponta que somente 29% dos profissionais de TI estão satisfeitos com os empregos atuais. Mais de 70% estão de olho na mudança de emprego.

 

RECONFIGURAÇÃO DE CONTRATAÇÕES

 

O quadro atual exige que as empresas repensem como estão atraindo e retendo profissionais. É preciso implementar boas práticas de seleção, criar uma excelente experiência do candidato e tornar a cultura da empresa um pool de talentos

 

Nesta abordagem, os recrutadores focam mais no potencial do candidato. Ou seja, as pessoas não chegam prontas, mas se desenvolvem lá dentro. Esses pontos são estratégias a médio e longo prazo para uma abordagem sustentável.

 

Outro impacto do apagão tecnológico é a dificuldade em encontrar bons profissionais que se ajustem ao orçamento das empresas.

 

A remuneração média do setor de TI é 2,5 vezes mais alta que o salário médio nacional. Enquanto os outros setores têm uma média de R$2.000 de salário, na área da TI essa média salta para R$5.800. Dependendo da complexidade da função, os salários podem chegar até a 20 mil.

 

O FUTURO DO TRABALHO

 

Lidar com incertezas é um desafio tanto para quem contrata como para quem busca emprego. No livro “21 lições para o século XXI”, o historiador e escritor Yuval Harari afirma que é impossível sabermos como vai ser o trabalho em 2050. 

 

Ao mesmo tempo que a quarta Revolução Industrial ou Indústria 4.0 pode acabar com bilhões de empregos, a automação e a conectividade podem criar outros tantos.

 

O Fórum Mundial Social lançou um estudo com visão semelhante, dizendo que 65% das crianças que estão entrando nos primeiros anos da escola hoje, no futuro estarão trabalhando em uma função que ainda não existe.

 

O fato é que as novas vagas criadas exigirão altos níveis de especialização e qualificação. Estar preparado para mudanças e desenvolver uma mentalidade de aprendizado ao longo da vida são estratégias defendidas por líderes e especialistas no tema, como Conrado Schlochauer e Alex Bretas. 

 Leia também: Profissionais de TI: quanto custa contratar e gerenciar? 

TREINAR OU TERCEIRIZAR: QUAL A MELHOR ALTERNATIVA?

 

O apagão tecnológico gera oportunidades para quem busca emprego e demanda atualização de quem recruta. Algumas alternativas para resolver o problema a curto e longo prazo vão desde treinamentos in house até terceirizações, confira algumas delas:

 

Qualificação profissional dentro da empresa: aqui, talentos são contratados com base no potencial de formação, mesmo sem ter todas as habilidades técnicas necessárias. Cursos e treinamentos e até mesmo pós-graduações são fornecidas gratuitamente. O desafio aqui é promover o crescimento de um setor profissional dentro da própria empresa para que os profissionais possam aplicar o conhecimento de forma eficaz, gerando resultados.

 

Plano de carreira e benefícios: horários flexíveis, cultura colaborativa e uma nova carta de benefícios são fatores fundamentais para atrair bons talentos. Algumas empresas brasileiras fazem pagamentos em dólar e oferecem benefícios como bônus semestral, auxílio home office, plano de dados, auxílio saúde mental, licença parental estendida em qualquer configuração familiar, day off no aniversário, licença casamento, bônus por indicação de novos colaboradores, entre outros.

 

Parceria com escolas de cursos livres e universidades: A Lei da Inovação e do Bem e o Marco Legal da Ciência e da Tecnologia e Inovação de 2016 dão estímulos às empresas que fazem parcerias com universidades. O banco BMG, por meio da Raro Academy, criou a Raro Labs, uma escola de programação. Ao final do curso, alunos com bom aproveitamento são contratados pelo banco ou por empresas parceiras.

 

Terceirização ou alocação de squads: essa tem sido uma opção com bom custo benefício para empresas que precisam de mão de obra qualificada em TI. Com modelos de alocação é possível pular o demorado processo de contratação, explicação do projeto em andamento e treinamento de equipes. Algumas empresas fazem desde o hunting até a entrega do projeto. Outras realizam apenas o processo de recrutamento e contratação. 

 

Escolher as melhores alternativas para lidar com a escassez de mão de obra qualificada depende da maturidade de cada negócio e dos objetivos a longo prazo. 

 

A Leanwork realiza atendimentos consultivos no setor da tecnologia, avaliando as reais necessidades de cada cliente.

 

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